quarta-feira, 2 de julho de 2008

4 º- Grau de Investimento - O Brasil esta evoluindo !!!!

Grau de investimento

O dia 30 de abril foi de euforia para o governo e o mercado financeiro nacional. A agência de classificação de risco Standard & Poor's elevou a nota de crédito de moeda estrangeira do Brasil. O país, assim, alcançou o tão esperado grau de investimento. A Bovespa disparou: teve a maior alta porcentual desde outubro de 2002 e fechou com recorde de 67.868,5 pontos. A notícia tem, basicamente, dois significados. Primeiro que o Brasil tem mais segurança em relação ao pagamento de suas dívidas. Segundo, que esse fator atrairá mais investimentos externos - montante que poucos se arriscam a prever. Agora, a economia brasileira precisa não só manter o posição concedida pela Standard & Poor's como conquistar o grau de investimento de outras agências. Entenda como é o trabalho das agências de classificação de risco e o que um país ganha com o grau de investimento.
1. O que é 'rating'?
2. O que é grau de investimento?
3. Para o que serve esta classificação?
4. Quem atribui as notas?
5. Como funciona a classificação?
6. O que significam os sinais numéricos das notas?
7. Como as agências fazem a avaliação?
8. As notas podem ser rebaixadas?
9. Quais as nações com a maior nota de grau de investimento?
10. Qual a posição do Brasil nas agências de classificação?
11. O que deve mudar com o grau de investimento?
12. Quadro: Do céu ao inferno financeiro


1. O que é 'rating'?
É a opinião de uma agência especializada sobre a capacidade de uma empresa ou um país pagar as suas dívidas. Por exemplo, se uma empresa oferece ações que irão render juros a investidores, a agência dá a sua opinião sobre os riscos envolvidos na compra destes papéis. Em relação aos países, avalia a capacidade deles de pagar os títulos de longo prazo que lançam no mercado internacional. Assim, o 'rating' é uma nota que indica qual o risco de calote que o investidor deve encontrar ao colocar dinheiro nestas empresas ou países.


2. O que é grau de investimento?
Quando uma agência considera um país ou uma empresa "bons pagadores", eles recebem o grau de investimento. O nome nada mais é do que um selo de qualidade, que indica baixíssimo risco de calote. As empresas ou países, uma vez que recebem o grau de investimento, podem continuar a subir na classificação. Assim que atingem o topo, são consideradas com total capacidade de quitar suas dívidas. Algumas empresas brasileiras que possuem o grau de investimento são a Petrobras, a Vale e a AmBev.


3. Para o que serve esta classificação?
Para diferenciar os bons pagadores dos mau pagadores no mercado internacional. Ao longo dos anos, tornou-se a bússola dos investidores e instituições financeiras internacionais na hora decidir onde colocar dinheiro e, ainda, que taxa de juro cobrar por ele. Desta forma, quanto mais seguro um país ou uma empresa for considerado por uma agência, mais dinheiro recebe a custos cada vez mais baixos.


4. Quem atribui as notas?
As agências de classificação de risco, ou agências de "ratings". São empresas especializadas que emitem notas sobre o risco de um país ou empresa suspender os pagamentos de suas dívidas. As mais respeitadas no mercado internacional são a Fitch, a Moody's e a Standard & Poor's - esta, a primeira a elevar o Brasil para o grau de investimento.


5. Como funciona a classificação?
Os países e empresas são classificados em uma escala que caminha da alta probabilidade de calote até a total capacidade de pagar as dívidas dentro do prazo. Tecnicamente, elas são arranjadas em um ranking com notas, simbolizadas por meio de letras e sinais. São agrupadas em suas categorias, o Grau de Investimento e o Grau Especulativo, que é onde se vai parar quando há risco no pagamento das dívidas. A melhor qualificação que um país pode receber é Aaa (para a Moody's) ou AAA (para a Standard & Poor's e a Fitch, que usam os mesmos símbolos). Por outro lado, a pior é C (Moody's) ou D (Standard & Poor's e Fitch). Veja, no quadro, o exemplo da classificação utilizada pela Standard & Poor's. (veja quadro)


6. O que significam os sinais numéricos das notas?
Cada nota contém subdivisões indicadas por sinais numéricos. Por exemplo, a nota mais baixa do grau de investimento da Moody's é Baa. Assim, da menor à maior classificação dentro desta nota, um país ou empresa recebe Baa3, Baa2 e Baa1, sucessivamente. No caso da Standard & Poor's e da Fitch, que utilizam os mesmos símbolos, a menor nota do grau de investimento é BBB. Assim, da menor à maior colocação dentro desta categoria, um país ou empresa pode receber BBB-, BBB e BBB+, sucessivamente. Baa3 e BBB- indicam risco de rebaixamento á nota anterior. Baa1 e BBB+ indicam grande probabilidade de elevação à próxima nota. O "rating" mais alto de cada agência não recebe esta subdivisão. Veja a classificação utilizada pela Standard & Poor's. (veja quadro)


7. Como as agências fazem a avaliação?
As agências se baseiam em informações enviadas pelo emissor, aquele que vai receber a nota, e concedidas por fontes de mercado consideradas confiáveis. Os técnicos avaliam toda a situação financeira do país ou da empresa. Depois, combinam estes dados com os obtidos por análises das condições do mercado mundial e de especialistas da iniciativa privada, da área acadêmica e também fontes oficiais. A combinação destes dados resulta no "rating", a opinião da agência quanto à capacidade do emissor em cumprir com seus débitos.


8. As notas podem ser rebaixadas?
Sim. Elas são revistas periodicamente. Caso uma nova análise dos títulos do país ou da empresa indique que a qualidade de seu crédito tenha diminuído, ou então que esteja mais vulnerável a não honrar seus compromissos futuros, a agência a rebaixa ou até mesmo suspende a nota.


9. Quais as nações com a maior nota
de grau de investimento?
Canadá, França, Alemanha, Estados Unidos, Irlanda, Reino Unido, Noruega, Suíça e Suécia são países que possuem a maior nota de grau de investimento nas três principais agências de classificação de risco, Standard & Poor's, Fitch e Moody's.


10. Qual a posição do Brasil nas agências
de classificação?
A primeira agência de classificação de risco a atribuir o grau de investimento ao Brasil foi a Standard & Poor's. O país subiu da classificação BB+ para a BBB-. Este é o primeiro nível do grau de investimento, ou seja, o mais baixo dentro desta categoria. Mesmo com a elevação, a agência reforçou que ainda há problemas sérios a serem resolvidos, como o elevado nível de gastos governamentais e a falta de reformas estruturais, como a tributária. Na classificação da Fitch, o Brasil tem a nota BB+ (está a um passo do grau de investimento). Assim que a Standard & Poor's anunciou sua decisão, a Fitch informou que estava revisando a posição do país. Pelos critérios da Moody's, a nota do país está em Ba1, também logo atrás do grau de investimento. Agora, a expectativa do governo e do mercado financeiro é que as duas agências elevem o "rating" do país.

11. O que deve mudar com o grau de investimento?
O Brasil irá receber mais dinheiro. Os maiores fundos de investimento internacionais poderão aplicar no país, já que seus estatutos não permitem aplicações em países de risco. O aumento na procura de títulos públicos brasileiro pode ajudar o governo reduzir seus custos com empréstimos. Outro benefício é que a classificação das empresas nacionais também melhora, e elas podem se beneficiar com juros mais baixos. O montante a entrar no país pode não ser tão grande pois vários investidores, querendo antecipar-se à decisão das agências, já tratavam o Brasil como se ele tivesse o grau de investimento -- ou seja, o salto não será explosivo porque, na verdade, já vem acontecendo. Mesmo assim, o crescimento no fluxo de investimentos pode valorizar ainda mais o real e ajudar a manter a inflação sobre controle.

Quadro: Do céu ao inferno financeiro
A classificação de risco utilizada pela agência Standard & Poor's
Categoria Nota O que significa
Grau de Investimento AAA Total capacidade de pagar as dívidas no prazo. O nível mais alto.
AA Alta capacidade de honrar compromissos financeiros.
A Boa capacidade de pagar as dívidas, mas suscetível a mudanças na conjuntura.
BBB Boa condições financeiras, mas não tão protegidas contra choques.
Grau especulativo BB Menos vulnerável a curto prazo, mas ainda com incertezas em relação ao futuro.
B Consegue pagar suas dívidas, mas é vulnerável a mudanças nas condições econômica.
CCC Bastante vulnerável, depende de condições econômicas extremamente favoráveis para conseguir honrar seus débitos.
CC Altamente vulnerável.
C À beira do calote.
D Não-pagamento dos compromissos dentro do prazo estipulado. Inadimplência.

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