sábado, 9 de agosto de 2008

Requiem (Mozart)

A míssa Réquiem em Ré menor (K. 626) por Wolfgang Amadeus Mozart, de 1791, foi sua última composição e talvez uma de suas melhores e mais famosas obras, não apenas pela música em si, mas também pelos debates em torno de até qual parte da obra foi preparada por Mozart antes de sua morte, e quanto foi posteriormente finalizada por seu amigo e pupilo Franz Xaver Süßmayr. Apesar disso, de qualquer forma, é certo que a obra é uma das mais importantes de Mozart.

História
Em Março de 1791, Mozart rege em Viena um de seus últimos concertos públicos; tocando o Concerto para piano n.º 27 (KV 595). Seu último filho, Franz Xaver, nasceu em 26 de Julho.
Poucos dias antes, bateu à sua porta um desconhecido, que se recusou a identificar-se e deixou Mozart encarregado da composição de um Réquiem em Ré menor. Deu-lhe um adiantamento e avisou que retornaria em um mês. Mas pouco tempo depois, o compositor é chamado de Praga para escrever a ópera A clemência de Tito, para festejar a coroação de Leopoldo II.
Quando subia com sua esposa Konstanze na carruagem que os levaria a esta cidade, o desconhecido teria se apresentado outra vez, perguntado por sua encomenda.
Posteriormente se supôs que aquele sombrio personagem era um enviado do conde Franz Walsseg, cuja esposa havía falecido. O viúvo desejava que Mozart compusésse a missa de réquiem para os ritos fúnebres no enterro de sua esposa, mas faria crer - como diz-se que já fizera antes - aos presentes que fora ele quem compôs a obra (por isso o anônimato).
Diz-se que Mozart, obsessivo com idéias de morte desde o falecimento de seu pai, Leopold, debilitado pela fadiga e pela enfermidade que lhe atingia, muito sensível ao sobrenatural devido às suas vinculações com a franco-maçonaria e impressionado pelo aspecto misterioso do homem que encomendou a missa, terminou por acreditar que este era um mensageiro do Destino e que o réquiem que iria compor seria para seu próprio funeral.

Mozart, ao morrer, conseguiu terminar apenas três seções com o coro e composição completa: Introito, Kyrie e Dies Irae. Do resto da sequênciancia deixou os trechos instrumentais, o coro, vozes solistas e o cifrado do contrabaixo e orgão incompletos, deixando anotações para seu discípulo Franz Xaver Süssmayer. Também havia indicações para o Domine Jesu e Agnus Dei. Não havia deixado nada escrito para o Sanctus nem para o Communio. Seu discípulo Süssmayer completou as partes em falta da composição, agregou música onde faltava e compôs completamente o Sanctus. Para o Communio, simplesmente utilizou dos temas do Introito e do Kyrie, à maneira de uma reexposição, para dar sentido integral à obra.
Uma das principais influências para a obra é o réquiem de Michael Haydn.
A obra teve sua estréia em Viena, 2 de Janeiro de 1793, em um concerto em benefício da viúva de Mozart, Konstanze Weber. Foi interpretado novamente em 14 de Dezembro de 1793, durante uma missa para a esposa da Walsegg.

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